Você já tentou controlar tudo e, mesmo assim, tudo escapou?

Essa pergunta talvez ecoe forte em você que está atravessando uma fase de perda, de transição, de recomeço. Em momentos assim, é comum a mente buscar controlar tudo à sua volta — como se planejar cada passo pudesse impedir que a dor nos surpreenda de novo. Mas, assim como na trilha, nem sempre temos sinal, nem sempre sabemos a altitude certa ou o tempo exato até o próximo abrigo.

E é aí que começa o verdadeiro aprendizado: viver no fluxo.

Quando o controle pesa mais que protege

Na montanha, o controle é apenas uma ideia confortável — e frágil. Podemos nos preparar, traçar rotas, estudar o clima… mas o terreno ainda assim muda. Pode chover de repente, o chão pode ceder, a trilha pode se bifurcar sem aviso. Assim também acontece com a vida.

A tentativa de controlar tudo, na verdade, nos cansa mais do que nos protege. Tentamos antecipar dores, prever movimentos dos outros, planejar finais felizes como quem segura as rédeas de um cavalo selvagem. Mas em algum ponto, tudo escapa. E isso não é falha — é natureza.

A natureza convida, não impõe

Há trechos em que o chão escorrega, o mato fecha, o cansaço aperta. E a mente, já agitada, quer encontrar lógica, soluções rápidas, segurança. Mas a trilha — sábia e silenciosa — propõe outro ritmo. Ela não exige pressa, nem respostas. Pede escuta.

E quando você aceita caminhar junto com a montanha, e não contra ela, algo muda. Você deixa de andar apenas para chegar. Anda para estar. E, de repente, você se sente parte do caminho, e não mais perdido nele.

Esse é o momento em que o externo e o interno se alinham. Em vez de se forçar a ter certeza, você aprende a confiar. E ao confiar, você flui.

Soltar o controle é um ato de confiança

É aqui que mora a virada.
A beleza do fluxo é que ele não precisa ser entendido — precisa ser sentido.

Não há mapa que desenhe com exatidão o que só pode ser vivido passo a passo. Quando você abre mão do controle rígido e começa a caminhar com o que a vida oferece, algo novo surge: espaço.

Espaço para respirar sem culpa.
Espaço para não saber, sem se sentir fraco.
Espaço para simplesmente ser.

E nesse espaço, o corpo se solta, a mente se aquieta e o coração — esse, enfim — se move com leveza.

A verdadeira coragem é confiar no caminho

Nem sempre dá para saber para onde a trilha vai te levar. Mas se há algo que a montanha ensina, é que o caminho certo nem sempre é o mais claro. Às vezes, é apenas aquele em que você se sente inteiro, mesmo sem destino definido.

É preciso coragem para soltar o controle — talvez mais do que para continuar lutando. Mas é nessa entrega que a gente encontra algo raro: a liberdade de ser conduzido, sem se perder de si. Quando deixamos de resistir, começamos a perceber que o caminho nunca esteve contra nós — só queria que a gente andasse com ele, e não à frente dele.

Convite à reflexão

E você? O que em você ainda resiste ao fluxo da vida?
Essa pergunta não exige resposta rápida — só um momento de presença e verdade.

Continue trilhando com a gente, leia mais aqui.

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