A última trilha
E se você só tivesse a opção de fazer mais uma única trilha pelo resto da sua vida, qual você escolheria? Quem você convidaria pra ir com você? Qual roupa vestiria? Que lanche levaria? Sua mochila estaria cheia ou só com o essencial? Seria uma trilha leve ou difícil? Você preferiria o nascer do sol ou o pôr? A escolha da trilha que você faria — nessa condição limite — diz muito sobre a forma como você tem vivido sua própria jornada.
A trilha que mora dentro de você
Não estamos falando de uma trilha famosa, desafiadora ou digna de fotos perfeitas. Estamos falando daquela trilha que talvez você já tenha feito sozinho, ou que só exista em sonho. Aquela que te fez sentir alguma coisa verdadeira — paz, saudade, medo, pertencimento. A trilha que você escolheria como a última é, no fundo, a que mais se alinha com a sua essência. E perceber isso pode ser desconfortável, porque nos obriga a encarar o que estamos ignorando.
Ao imaginar essa última trilha, algo muda. De repente, aquilo que parecia indispensável passa a ser supérfluo. Aquilo que estava sendo adiado, agora precisa ser decidido. É como se o cenário externo revelasse as camadas internas que temos medo de tocar.
Sua mochila diz muito sobre você
Na trilha, como na vida, a bagagem conta histórias. Tem gente que carrega demais — objetos, certezas, culpas, arrependimentos. E só percebe o peso quando a subida começa a exigir mais do que o corpo pode dar. Tem gente que carrega de menos — como quem prefere não se apegar, não se comprometer, não levar ninguém junto. E tem quem aprende, com o tempo, a levar só o necessário: o que alimenta, o que protege, o que é verdadeiro.
Na última trilha, você levaria o quê? Um caderno com palavras escritas à mão? Um lanche feito por alguém querido? Um casaco velho que aquece mais pela lembrança do que pela lã? Cada escolha revela prioridades. E o que você decide carregar é, muitas vezes, o reflexo do que você escolhe manter por dentro.
A paisagem interna que a trilha revela
A escolha de uma trilha final também revela como você encara desafios. Você buscaria um percurso fácil, com passos leves e previsíveis? Ou uma subida árdua, daquelas que queimam as pernas mas abrem a alma no topo? Não existe resposta certa. Existe coerência. O que sua escolha diz sobre o que você tem buscado na vida?
Pensar na última trilha é um exercício de verdade. Porque quando a gente se permite imaginar o fim, começa a enxergar o que realmente importa no meio. O que vale a pena manter, o que precisa ser deixado. E mais do que isso: é um convite a viver agora com a consciência de que nem toda trilha se repete. Algumas são únicas. Como alguns encontros. Como algumas fases. Como a própria vida.
Uma escolha, inteira
Se só houvesse uma trilha a ser feita, uma única escolha possível… você teria coragem de ser honesto consigo mesmo? De não escolher a mais bonita, a mais segura ou a que esperam que você escolha — mas sim aquela que pulsa no fundo do peito, mesmo que assuste?
Pensar na última trilha é encarar a vida sem filtros: sem o “depois eu vejo”, sem o “quando der tempo”. É perceber que, no fim, o que importa não é quantos caminhos você percorreu, mas se algum deles foi realmente seu. Porque viver de verdade talvez seja isso: ter a ousadia de fazer uma única escolha — e fazê-la inteira.
A lição da trilha
A maioria das pessoas só percebe o peso da própria mochila quando a subida começa a doer. E o mais curioso é que, muitas vezes, o que mais pesa nem é o equipamento — são os medos guardados dentro de si, as expectativas que não são suas, os “e se” que nunca viram ação. Na trilha, não dá pra enganar o corpo. E na vida, não dá pra enganar a alma.
A grande lição é simples e profunda: o que você carrega define até onde você vai — e, principalmente, como você chega. Se a última trilha fosse hoje, como você gostaria de partir? E mais importante: o que te impede de viver assim agora?
Convite à reflexão
Se hoje fosse sua última trilha, você teria coragem de ir por onde realmente deseja ou ainda seguiria tentando agradar quem nem caminha ao seu lado?
Continue sua caminhada interior e descubra mais em Ser da Montanha.
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