Tour du Mont Blanc, França, Italia, Suíça

E passei da metade do percurso de 11 dias. Depois do trajeto fácil de ontem, o mapa de altitude prometia um dia difícil para hoje. Um sobe-desce de respeito. Mas acho que o corpo já acostumou, pois achei o percurso bem tranquilo.

O único percalço, no iníciol, foi uma ponte de gelo perigosamente fina, sobre um curso dagua. Optei por passar pela água (com bota molhada eu sei lidar, mas cair do gelo, não...). Os anos jogando Super Mario fizeram jus e consegui pular de pedra em pedra sem molhar os pés. Alguns doidos arriscavam passar pelo gelo.

A subida do dia foi bem íngreme. Mas subi com tranquilidade, tentando ultrapassar alguns grupos que caminhavam em fila.

Uma cerveja em um refúgio no meio da subida ajudou a dar um turbo. No passo, topo da subida, parei para ficar de bobeira e tirar fotos na fronteira entre Itália e Suíça (que infelizmente não possuía marco). Logo de cara, uma seção de gelo que parecia assustadoramente íngreme, se revelou uma ilusão de perspectiva. E eu já estava acostumando com o caminhar no gelo. Fiquei tão confortável que hoje levei meu primeiro capote, felizmente em uma parte não perigosa.

E o final foi uma longa descida até a vila de La Fouly. Aliás, meu terceiro dia descendo sem usar joelheias. Acho que meus joelhos já não estão tão podres mais.

Vi muita gente mancando e descendo de lado, reclamando de dor nos joelhos. E apesar de estar nos alpes, cercado por montanhas com neve, faz muito calor durante o dia e o sol está de rachar. Estou com queimaduras piores que quando vou à praia, apesar de parar sempre para reaplicar protetor.

Quem diria que sairia do Brasil para ter bronzeamento nos Alpes...