O que você deixaria de viver se não tentasse?

Há momentos em que tudo dentro da gente quer permanecer onde está. Não porque seja confortável — mas porque o desconforto conhecido parece menos assustador do que o que não se conhece à frente. Como um mirante no meio da trilha, de onde se vê a vastidão do caminho adiante, mas as pernas hesitam em seguir. E se chover? E se for mais íngreme do que parece? E se não der conta? São perguntas legítimas. Mas há uma outra que quase nunca fazemos: e se for incrível?

Na vida, assim como na montanha, o medo é um companheiro constante. Ele se esconde nas curvas do caminho, nos galhos que estalam sob os pés, nas nuvens que escurecem o céu de repente. Mas também é ele quem nos lembra que estamos vivos — e que estamos prestes a sair do lugar comum. O risco nos confronta, mas também nos convida. E ignorar esse convite pode custar muito mais do que imaginamos.

O risco faz parte do percurso

Quem caminha na montanha aprende cedo que o risco faz parte do percurso. Há trechos estreitos, pedras soltas, bifurcações sem placa. E, ainda assim, quem decide seguir adiante encontra lugares que só existem para quem ousa ir além. Não se trata de buscar perigos desnecessários, mas de respeitar a vontade genuína de descobrir o que existe depois da curva — mesmo que o coração bata mais forte.

Porque há dores que nascem do passo em falso, sim. Mas há outras — silenciosas e persistentes — que se instalam quando deixamos de tentar. Aquelas que aparecem no travesseiro à noite, quando imaginamos como teria sido se tivéssemos arriscado. São arrependimentos que não gritam, mas corroem. E que poderiam ter sido evitados com um simples passo a mais.

A virada emocional: vontade antes da certeza

Você não precisa ter certeza. Basta vontade. A mesma que move quem amarra a bota, ajusta a mochila e se põe em marcha, mesmo com medo. É esse impulso que diferencia quem apenas sonha de quem vive. Afinal, pior do que se arriscar e falhar é olhar para trás e se perguntar, dia após dia, como poderia ter sido.

Na montanha, não há como avançar sem confiar no próximo passo — mesmo quando o terreno parece incerto. É curioso perceber como, muitas vezes, o maior risco não está no chão que pisamos, mas no que evitamos encarar dentro de nós. Ficar parado pode parecer seguro, mas também é ali que os sonhos murcham, que os dias se repetem sem alma e que a coragem adormece.

A lição é clara: trilhas seguras demais raramente levam a paisagens inesquecíveis. Quem vive tentando evitar todo tropeço acaba perdendo a chance de se surpreender com a própria força.

O medo de tentar costuma pesar mais que o erro de arriscar.

E você, qual trilha da sua vida você ainda não percorreu por medo do que pode encontrar?

Talvez esteja na hora de calçar as botas e descobrir o que há além da curva.

Para mais reflexões como essa, acesse o Ser da Montanha.

Essa página foi últil para você?

(nenhuma avaliação)

Compartilhe

Deixe seu comentário

XFECHAR
Top
Trilhando Montanhas
Tem dúvida?