Você já reparou como a natureza segue no seu tempo?

Ela segue no seu próprio ritmo — e espera que a gente aprenda a caminhar no nosso tempo também. Para quem atravessa um momento de transição, como um luto, um fim de relacionamento ou qualquer mudança repentina na vida, pode parecer que tudo à volta segue em ritmo acelerado… menos você. Mas talvez essa desaceleração seja exatamente o que você precisa agora.

Na montanha, não há urgência. Existe o passo possível. Existe o tempo da respiração, o som dos próprios pés, a escuta do corpo. E, aos poucos, o caminhar vira mais que deslocamento: vira cura.

A ilusão da chegada rápida

Logo no início da trilha, é comum querer apressar o passo. Queremos alcançar logo o cume, ver a paisagem do alto, sentir que vencemos algo.

Mas a montanha não se impressiona com pressa.

Ela devolve cada passo dado com afobação em forma de cansaço, tropeço ou perda de fôlego. Porque não é sobre chegar logo — é sobre chegar inteiro.

Cada obstáculo, cada curva, cada trecho escondido do caminho nos ensina que há um ritmo natural para tudo. E que esse ritmo muitas vezes não é aquele que gostaríamos.

É aí que começa a verdadeira travessia: a de dentro.

Quando o terreno escorrega

Nem sempre o solo da trilha é firme. Há trechos onde os pés escorregam, o corpo se cansa, o ar falta. E nesse cenário de incerteza, é comum que a dúvida se instale: “Será que vou conseguir?”.

É nesse momento que a montanha parece sussurrar: “Respira. Olha ao redor. Continua.”

Seguir em frente não significa ter certeza. Significa respeitar o próprio ritmo, mesmo que ele seja mais lento do que o esperado. Significa entender que cada passo, mesmo hesitante, é uma forma de continuar vivo — e presente.

A paciência como forma de sabedoria

É nesse ponto que tudo muda.

A paciência, muitas vezes vista como espera passiva, revela sua verdadeira potência: ela é ação gentil.

Ser paciente é continuar mesmo quando a mente quer desistir.

É seguir em silêncio, com olhos atentos e coração aberto, ainda que sem saber o que vem depois da curva.

Na trilha e na vida, o processo é o que nos fortalece por dentro.

Não é a chegada que nos transforma, mas o caminho feito com coragem, entrega e respeito aos próprios limites.

Uma lição que fica

A montanha nos ensina que não é a velocidade que define o valor da jornada, mas a disposição de continuar mesmo sem garantias.

É no silêncio entre um passo e outro que muitas vezes reencontramos nossa força.

E quando olhamos para trás, percebemos que cada momento de pausa também foi parte do avanço.

Porque crescer, às vezes, é apenas não desistir.

E você? Como anda o ritmo da sua caminhada?

Em vez de tentar acompanhar o ritmo do mundo, talvez seja hora de escutar o seu.

De respeitar o que o corpo pede, o que o coração precisa, e o que a alma ainda está aprendendo a sustentar.

Afinal, cada um tem sua própria montanha para subir — e seu próprio tempo para chegar.

Se esse texto falou com você, te convido a mergulhar em outras reflexões do Ser da Montanha.

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