Parques Nacionais Mount Rainier e Olympic, EUA
Mount Rainier National Park
O Mount Rainier é um vulcão ativo com 4392m de altitude. Para se ter uma noção da magnitude da montanha, as geleiras permanentes que a rodeiam dão origem a 6 grandes rios e o pico pode ser visto da cidade de Seattle, a quase 100km de distância em linha reta. O fato do Mount Rainier não ter nenhum vizinho tão alto quanto ele, torna-o uma figura fácil de ser observada de longe e assustadora de ser observada de perto. Dizem que quando ele entrar em erupção novamente vai causar um enorme estrago em toda a região no entorno.
Fazer um roteiro para trilhar no parque é dificílimo. Não pela falta de informações, mas sim pela quantidade de atrações que ele oferece. Vou falar um pouquinho da minha visita de apenas um dia e mostrar como o Mount Rainier foi uma das minhas maiores surpresas que os Estados Unidos me reservaram.
O parque é dividido em várias áreas, cada uma com um centro de visitantes específico. Eu visitei principalmente a área chamada Paradise, nome que achei bem sugestivo! A primeira trilha que fiz por lá foi no Pinnacle Peak. Uma trilha leve de apenas 4,5km ida e volta e cerca de 300m de ganho de elevação. Levei cerca de 1h para chegar no topo, mesmo com algumas partes de escalaminhada que acabam atrasando a caminhada.
O Pinnacle Peak está em uma pequena serra logo em frente ao grande Mount Rainier, e dele se tem uma vista linda da montanha. Esse foi o principal motivo que escolhi fazer essa trilha. Sem falar na possibilidade de aproveitar um pouquinho de neve, mesmo visitando o local em agosto, quando mais da metade do verão já havia passado. Várias geleiras no parque são permanentes, ou seja, mesmo sendo bem difícil nevar no verão, seu volume garante que elas não percam todo o gelo durante a estação. Por isso, subir o Mount Rainier é uma tarefa apenas para experientes, já que exige conhecimento em caminhadas sobre gelo e todo o equipamento necessário para tal.
Outra trilha que fiz no mesmo dia foi a da Comet Falls. Essa cachoeira fica situada da área de Longmire, porém é caminho para quem está indo para a área Paradise, que era o meu caso. A trilha também foi bem tranquila. 6,5 km ida e volta e 250m de ganho de altitude, a maioria dentro das clássicas florestas de pinheiros do norte dos EUA. A queda tem cerca de 100m de altura. Vale lembrar que toda a água vem de degelo, então nadar não é uma opção muito confortável. Mesmo ficar perto da queda recebendo aquela "chuva" não é muito fácil! Fiquei apenas alguns segundos e corri para não me encharcar na água gelada.
Olympic National Park
O Olympic National Park está situado na península de mesmo nome, o local mais ao norte e oeste do país. Além de montanhas e lagos, o parque também oferece diversas praias lindas, bem diferentes das que estamos acostumados no Brasil. O que menos vi por lá foi areia. A maior parte das praias é coberta por pequenas pedras, de todos os tamanhos e cores possíveis.
O Olympic também é dividido em áreas. Nas áreas chamadas Ruby Beach e Kalaloch estão todas as praias no território do parque. Algumas ficam bem ao lado da estrada e uma rápida parada pode ser suficiente para apreciar a beleza delas.
A trilha mais legal que tive vontade de fazer foi a da praia chamada Rialto. São apenas 3km andando na praia, um trilha bem fácil, já que não há nenhuma variação de altitude. O diferencial dessa praia são os grandes blocos de pedra que tomam conta da vista. O caminho todo é repleto deles. Além disso, o fim da trilha é em uma grande formação rochosa com um buraco no meio, chamado sugestivamente de "Hole in the Wall" (Buraco na parede). Próximo ao final da trilha, quando a maré está baixa, é possível ver uma infinidade de espécies marítimas, incluindo estrelas do mar e anêmonas de vários tipos.
Saindo da praia, fui para o que mais me interessava: a montanha. O Olympic National Park também conta com várias trilhas de montanha e a que mais me atraiu foi a Hurricane Ridge. Essa trilha é feita inteiramente na crista da montanha e oferece vistas lindas dos vales e da grande cordilheira também chamada Olympic. A trilha tem 5,5 km de extensão ida e volta e apenas 200m de variação de altitude. Lá do topo, além de ter belas paisagens dos picos, é possível enxergar o grande braço de mar, chamado Estreito Juan de Fuca, que divide Estados Unidos e Canadá. Do outro lado do estreito, da pra ver a cidade de Victoria, já no território canadense.
Pulo do Gato
- Os parques oferecem quartos e camping, porém é um pouquinho difícil conseguir vagas, principalmente no verão. A melhor opção é ficar em hotéis de cidades próximas. Eu fiquei em Olympia, a capital do estado. Um quarto para quatro pessoas varia de 80 a 150 dólares por noite.
- Visitei os dois parques de carro. O aluguel lá é bem fácil, basta reservar pela internet (geralmente não tem multas por cancelar a reserva), pagar com cartão de crédito na hora e apresentar a carteira de habilitação brasileira mesmo. Os aluguéis mais baratos são de carros do nível de um Corolla e custam em torno de 100 dólares a diária. Por isso, viajar em grupo de 4 pessoas é sempre melhor para dividir as despesas de carro e hospedagem. Caso não queira alugar automóvel, sempre há passeios turísticos saindo das cidades próximas.
- O que não falta sobre esses parques é informação. Todos os parques nacionais de lá são administrados pela mesma organização, então os sites seguem sempre o mesmo padrão. É bem fácil conseguir informações completas de onde as trilhas começam, sua extensão e dificuldade, além de todas as taxas e formulários de reservas para hospedagem. Algumas trilhas mais extensas precisam de permissão, que também pode ser conseguida através dos sites.
- Além de informações sobre as atrações, os sites contemplam avisos importantes sobre segurança. O principal antes de se planejar uma viagem pra lá é saber em que época ir. O parque sempre dá avisos sobre a condição das trilhas e das estradas, já que muitas ficam fechadas durante o inverno. A área Paradise no Mount Rainier National Park recebe em média 16 metros de neve por ano! Portanto é essencial planejar muito bem a viagem e verificar a condição de estradas e do clima.
- A entrada nos parques é cobrada por carros e não por pessoas. O ingresso de um carro custa 25 dólares. Caso for visitar vários parques na mesma viagem, vale a pena investir no passe anual. Ele custa 80 dólares e dá direito a entrada em qualquer parque nacional ou atração gerenciada pelo NPS (National Park Service) durante um ano.
- Uma das principais atrações dos parques é a fauna. Não só nesses dois parques, mas em qualquer outro pelos EUA, a fauna é sempre um dos destaques. Além de apreciar animais inofensivos como cabras da montanha, marmotas e veados, é preciso ficar atento a animais mais agressivos, como os ursos. Os sites dos parques dão todas as informações necessárias para saber lidar com esses animais em caso de um encontro surpresa. Vale a pena ler para não ser pego desprevenido!
Como eu disse antes, atividades nesses parques é o que não falta. Uma rápida pesquisa no site de cada um e já da para ter noção do quão diversificada pode ser a visita. No mais, basta ter paciência e planejar a viagem que com certeza vai ficar na memória de todos os visitantes!
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Taísa Meneguci Braga da Silva
ótimo texto! Parabéns pelo relato Gabriel ;)
Gabriel Ribeiro Vallim
Obrigado! :D