Problemas gastrointestinais em viagens

Por que é comum ocorrer?

A nossa digestão é um sistema complexo que envolve vários órgãos com propriedades de transportar o alimento, secretar enzimas digestivas específicas e absorver os nutrientes necessários. Toda essa sequência deve funcionar de maneira harmônica entre si e com a flora intestinal, que são bilhões de bactérias que abrigam na mucosa intestinal.

Infelizmente, essa organização é facilmente afetada por mudanças nos hábitos diários: intensidade da atividade física, temperatura ambiente extrema, uso de medicamentos, contaminação e, principalmente, alternâncias na dieta diária (ingestão de alimentos contaminados, alimentos e temperos diferentes, intervalo das refeições, diminuição do acesso à água, ...). Assim, fica fácil de entender o porquê de ser tão comum alterações gastrointestinais entre os viajantes, principalmente os que viajam em busca de aventuras e conhecer lugares mais remotos.

A diarreia, a constipação e o enjoo (náusea e vômito) são as manifestações mais encontradas. Apesar desses sintomas serem moderados e autolimitado na maioria das vezes, devemos tomar alguns cuidados para prevenir e saber o que fazer em cada situação.

Como devemos agir?

A diarreia se desenvolve quando a membrana intestinal é afetada (infeção, toxinas, ...) e falha em absorver os nutrientes. Nessa situação, apesar de existirem medicamentos que diminuem a motilidade intestinal, o melhor tratamento é avaliar as mudanças na sua rotina diária (tentar achar a causa), fazer reposição com soluções eletrolíticas e o tempo geralmente corrigirá a questão. Entretanto, deve ficar atento e buscar avaliação médica em caso de sinais de gravidade: febre, dor abdominal intensa, presença de sangue ou pus nas fezes ou se persistir os sintomas sem sinais de melhora.

A constipação ocorre quando o movimento intestinal fica diminuído ou até abolido, podendo ser acompanhada de cólica e dor intermitente no abdômen inferior. Apesar de haver causas mais sérias, frequentemente a constipação é gerada pela desidratação ou por permanecer longo tempo sem acesso à sanitários. O melhor tratamento inicial é a hidratação, que costuma resolver a maioria das situações. Também é preciso estar alerta aos sinais de gravidade e buscar orientações médicas se o problema persistir.

No caso de náuseas e vômitos, vale observar e se questionar sobre as possíveis causas (mudança alimentar, água contaminada, altitude, estresse da viagem, ...). A reposição hídrica oral também deve ser estimulada (pequenas quantidades, de gole em gole) e repouso. Em casos mais intensos podem ser utilizados medicamentos antieméticos orientado por seu médico previamente. Não havendo melhora, busque uma avaliação médica presencial.

Dicas de Prevenção:

  • Adquira o máximo de orientações sobre o local e trajeto da viagem;
  • Busque orientações especializadas para te auxiliar em um plano alimentar prévio (incluindo alimentos que ajudam a flora intestinal e aumenta sua imunidade), na montagem de um kit de primeiros socorros;
  • Mantenha uma boa hidratação antes e durante o passeio. Evite fugir muito da sua dieta habitual, principalmente em viagens com objetivos de travessias mais longas ou de lugares mais remotos;
  • Solução eletrolítica (soro caseiro): 1L de água filtrada + 1 colher de sopa de açúcar + 1 colher de café de sal rosa do himalaia.

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Dr. Hugo C. Neves
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